Psicólogos usam chamada de vídeo para atender famílias enlutadas na pandemia

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus vão muito além da infecção e possível morte daqueles que contraem a doença. Eles atingem, também, o emocional de quem já precisou ser internado, passando pela temida intubação, e principalmente quem já perdeu entes queridos.

Nesse contexto, o trabalho dos psicólogos tem sido fundamental no auxílio emocional e psicológico da sociedade, uma vez que se tratam de profissionais capacitados para lidar com o processo de luto, algo que, infelizmente, pode ser muito difícil para várias pessoas.

No  Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), por exemplo, existe uma equipe de psicólogos nas unidades de terapia intensiva (UTI) Covid-19 do Hospital de Base (HB) e do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) que tem feito a diferença na vida dos pacientes e suas famílias.

Camila Mendes, que atua na UTI Covid do HB, e Geigiane Silva, do HRSM, são psicólogas que veem de perto o dia-a-dia de quem precisa enfrentar a doença, ajudando na recuperação dos pacientes, por exemplo, através de exercícios que estimulam a memória e o raciocínio.

“Assim evitamos muitos danos emocionais e neuropsicológicos”, explica Geigiane. “O atendimento para quem está sedado consiste na estimulação cognitiva para evitar danos neurocognitivos, como perda de memória”, detalha.

Os familiares também são atendidos quando necessário. “Auxiliamos também os pacientes que estão saindo da sedação, ajudando-os a se localizar. E ainda prestamos suporte emocional aos familiares, por meio do teleatendimento”, ressalta a psicóloga, segundo o Jornal de Brasília. 

Para Camila, as chamadas de vídeo, promovidas pela equipe entre os pacientes e seus parentes, ajuda na recuperação dos mesmos, uma vez que ativa emoções positivas, melhorando também o sistema imunológico dos infectados.

“Para minimizar esses sentimentos, promovemos chamadas de vídeo pelo celular. Além de reduzir o impacto do isolamento social exigido pela doença, a visita virtual, por meio de ligações de vídeo, funciona como mais uma aliada na recuperação”, diz ela.