Papa contraria o movimento LGBT e reafirma que “casamento é para homem e mulher”

Em nova biografia lançada esta semana, o Papa Leão XIV reafirma a posição doutrinária da Igreja Católica sobre a ordenação sacerdotal, excluindo a possibilidade de ordenar mulheres. A declaração está contida no livro “Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI”, publicado inicialmente em espanhol, com versão em inglês prevista para 2025.

O pontífice, que completou 70 anos no último domingo, expressou disposição para ouvir diferentes opiniões sobre o tema, mas enfatizou a manutenção da tradição católica. “No momento, não tenho intenção de mudar o ensinamento da Igreja sobre o tema”, afirmou o Papa, acrescentando que dará continuidade à política de promover mulheres para cargos de liderança administrativa, seguindo os passos de seu antecessor, o Papa Francisco.

Sobre questões de sexualidade, Leão XIV definiu o casamento como a união entre “um homem e uma mulher” e a família como “pai, mãe e filhos”. Afirmou ainda que acolherá católicos homossexuais na Igreja, não por causa da orientação sexual, mas por serem “filhos ou filhas de Deus”, classificando como “altamente improvável” qualquer mudança na doutrina sobre sexualidade e matrimônio.

A biografia, de autoria da jornalista norte-americana Elise Ann Allen, correspondente do veículo Crux no Vaticano, é baseada em três horas de entrevistas realizadas em julho e traça a trajetória do Papa desde sua infância em Chicago até sua investidura em Roma. A obra descreve Leão XIV como um líder discreto e cauteloso, empenhado em reduzir polarizações entre os 1,4 bilhão de fiéis católicos.

“Estou tentando não polarizar ou promover a polarização na Igreja”, declarou o pontífice, que também expressou forte identidade com a América Latina, especialmente com o Peru, onde atuou como missionário e bispo. Sobre seu papel, definiu sua missão como sendo pastoral: “Espero poder confirmar os outros em sua fé, porque esse é o papel mais fundamental que o sucessor de Pedro tem”.