Estudo: a maioria dos jovens que cometem crimes não tem a presença do pai em casa

Um estudo feito pela Vara da Infância e da Juventude do Rio, com base nos dados de menores apreendidos no Rio em 2017 e em 2018, indicou que a maioria dos adolescentes que cometem infração na capital tem entre 16 e 18 anos, não está na escola e normalmente pertence a uma família numerosa chefiada por uma mulher de baixa renda, em geral a mãe ou a avó, sem a presença de um pai.

Segundo a juíza Vanessa Cavalieri, que há três anos é titular da Vara, foram apreendidos 4.482 menores nesse período. A maior parte (67,82%) com idades entre 16 e 18 anos e 32,17% entre 12 e 15 anos. O índice de reincidência é de 53,18%.

Entre os crimes cometidos, o roubo aparece em primeiro lugar (48,90%), seguido de tráfico (20,57%), furto (17%) e outros (14%) como homicídios, latrocínios e estupros.

Segundo a juíza, em boa parte das vezes o adolescente comete uma infração para pagar dívida contraída com traficantes ou para a compra de bens de consumo, como tênis e outros itens “da moda”, como forma de aceitação social. Com: G1

Comentário

Ora, vejam como a pesquisa reforça o alerta de profissionais que chamam atenção para a importância da estrutura familiar, especificamente para os papeis desempenhados pelas figuras paterna e maternas, algo tão banalizado na cultura atual.

“A família é a célula da sociedade”, propagam os rotulados de “conservadores” e “fundamentalistas”, como se tal conceito não obtivesse pleno respaldo na história das civilizações.

O estudo acima é um indicativo de como família não é apenas um aglomerado de pessoas reunidas em um mesmo espaço, ainda que exista certo cuidado, como sem dúvida a maioria das mães oferecem aos seus filhos.

Família também não é uma narrativa baseada em achismos ideológicos que floreiam mentiras para ignorar a realidade. Há algo muito mais profundo e complexo que exige atenção de toda a sociedade para esse tema.

Existem representações importantes que são exercidas por ambos os sexos, cada qual exercendo uma influência diferente no desenvolvimento afetivo dos filhos, e isso não tem haver, apenas, com papeis culturalmente estabelecidos, mas com biologia.

Os cientistas Alan S Miller e Satoshi Kanazawa explicam muito bem, a partir da psicologia evolucionista, como é a biologia quem define os papeis culturais, e não o contrário, como muitos tentam fazer pensar atualmente, os chamados “culturalistas radicais”.

A educação familiar, portanto, deve ser exercida pelos pais, porque ela vai muito além de preceitos morais. Os pais exercem uma função simbólica marcadamente biológica na mente dos filhos, capaz de guiá-los para o caminho do bem ou do mal. Quando tal função deixa de existir em equilíbrio, a tendência é a desordem, por falta de referencial familiar.

Indo além da pesquisa citada, às consequências de uma família disfuncional (ou desestruturada, como queira chamar) se apresentam de várias formas, sendo o crime apenas uma delas. A maioria desses transtornos se manifestam no âmbito afetivo, interno ao sujeito, na forma de angústias, conflitos de identidade, insegurança, e etc.